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Kuniazuma

Conheça os brasileiros mais famosos no Japão
fotografia de Akira Ueno
fotografia de Akira Ueno
Kuniazuma Hajime é o nome japonês adotado pelo brasileiro Vander Ramos, 26, que já chegou a juryuo (primeiro passo na primeira divisão do sumô). Nascido em Santo André, Vander já lutava sumô no Brasil também. Com 11 anos de Japão, Vander voltou ao Brasil 3 vezes, na maioria das vezes à trabalho. Quando Vander entrou para o Tamanoi Bea, academia onde luta, ele tinha 16 anos, media 1,89m e pesava 130 quilos. Agora ele está com 1,92m e pesa 160 quilos. Ele já chegou a ter 180 quilos, mas como se machucou teve de perder peso. Vander está participando do campeonato profissional de sumô em Tokyo, que começou no domingo 13.



Quando você chegou ao Japão?
Eu cheguei em 1991, quando eu tinha 16 anos, a convite para lutar.

Você pretende ficar definitivamente no país?
Ainda não tenho certeza se quero ficar aqui pelo resto da minha vida, mas por enquanto, o quê eu quero fazer só existe aqui. Eu luto sumô e profissionalmente eu só posso fazer isso aqui.

Você já tinha contato com a comunidade japonesa no Brasil?
A maioria dos meus amigos eram descendentes e depois que eu comecei a lutar meu relacionamento com a comunidade nikkei aumentou mais ainda.

Quando surgiu o seu interesse pelo sumô?
No início eu não tinha interesse nenhum em sumô. Não era preconceito nenhum, mas eu pensava como qualquer outro brasileiro. Eu fui convidado para participar, mas eu não queria usar o mawashi. Eu tinha vergonha. Eu comecei a participar dos campeonatos quando tinha 12 ou 13 anos. Com o tempo eu fui me acostumando. Quando eu tinha 15 anos eu decidi vir para cá.

Como surgiu a oportunidade de vir para o Japão lutar?
Havia um outro brasileiro que vinha para o Tamanoi Bea, essa academia onde lutamos, e ele foi convidado para ficar treinando aqui por algum tempo. Ele decidiu entrar para a academia de forma definitiva e o dono da academia disse que ele poderia convidar outros brasileiros. Ele me convidou e eu acabei vindo.

Como foi aceita a sua decisão de vir para o Japão?
Minha família não foi contra. Eles me deixaram escolher. Eu era criança e tinha uma mentalidade mais leve. Eu pensava em conhecer um outro país. É claro que eu queria também testar a minha força e ver até onde eu conseguiria chegar. Eu sabia que eu poderia voltar caso não gostasse da experiência.

Como foi a sua adaptação?
No começo foi tão difícil que eu não tinha nem tempo de pensar sobre isso. Era uma rotina bem puxada. A gente acordava muito cedo, treinava bastante e depois ainda tínhamos de fazer a limpeza, fazer a comida, a gente lavava também as roupas dos mais velhos e tomava conta deles. As coisas mudaram bastante. Quando eu cheguei aqui, os novatos apanhavam bem mais. A gente levava na cabeça e depois ia tentar entender. Eu não entendia japonês e apanhava assim mesmo. Agora eles não sofrem nem a metade do que a gente sofria. Agora nem é preciso bater. Os moleques ficam com medo e vão embora se você faz uma cara feia ou xinga muito.

Você sentia muita falta do Brasil no começo?
Logo que eu cheguei não havia muitos brasileiros. Eu passei a ter amigos brasileiros há 3 ou 4 anos. Antes não havia restaurantes, música, produtos brasileiros. Eu lembro que beber uma guaraná era uma alegria. Agora eu encontro guaraná para vender em uma máquina a dez minutos daqui.

Como você aprendeu a falar japonês?
Quando eu cheguei aqui eu ficava meio isolado porque os outros riam e se divertiam e eu não entendia o que estava acontecendo. Foi por isso que eu me esforcei em aprender. Agora, os brasileiros que vem para cá não sentem falta de mais nada. Acho que até por isso acabam não aprendendo o japonês. Eu, se não aprendesse, ficava completamente por fora do que estava acontecendo. Com uns 2 meses de Japão eu já falava.

Você sente falta dos seus amigos no Brasil?
Eu cheguei aqui com 16 anos e eu acho que os amigos mais importantes a gente começa a fazer depois dessa idade. A maioria dos meus amigos estão aqui. No Brasil eu tinha amigos de escola, mas era diferente. É claro que eu sinto falta da minha família, mas as pessoas têm me apoiado bastante, principalmente quando estive internado no hospital.

A sua família já esteve no Japão?
Os meus pais ainda não vierem para cá. Eu gostaria de chamá-los para vir conhecer, mas desde que eu passei para a primeira divisão, estive muito machucado e agora eu tenho menos tempo ainda.

Você sente muito orgulho de suas conquistas?
Olha tudo que eu conquistei até agora é um grande orgulho para mim. Acho que ainda vai demorar bastante até que outro brasileiro chegue até o ponto que eu cheguei. Não é fácil, sabe. Poucas pessoas aguentariam.

Você acha que essa conquistas são importantes para o Brasil?
Se isso é importante para o Brasil ou não, é difícil responder. Sei que na comunidade nikkei as pessoas têm acompanhado o meu desempenho. Fora isso, poucas pessoas no Brasil sabem do meu trabalho.


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