A mulher está cada vez mais presente e ameaçadora no mercado de trabalho. Com o nível de desemprego aumentando cada vez mais, as mulheres não podem mais ficar em casa. Em muitos casos, são elas que estão conseguindo manter o seu emprego e assim garantir a estabilidade econômica das famílias brasileiras. Mesmo em uma sociedade conservadora e tradicionalmente machista como a japonesa, as mulheres estão cada vez mais conquistando espaço.
Uma pesquisa revela que mesmo na área de educação, uma das mais tradicionais, e na qual a distição entre sexos prevalece, a mulher está alcançando cargos mais importantes. Segundo a pesquisa conduzida por Kiyoshi Ikegi, professor de administração educativa da universidade Nihonbashi Gakkan, em Kashiwa, província de Chiba, Tochigi é a província com o mais elevado número de mulheres ocupando cargos como direção e assistência de direção nas escolas públicas. Elas ocupam 53% dos cargos de diretora assiste e 34% dos cargos de direção das escolas primárias. Segundo Ikegi, no Japão como um todo, os índices ainda são baixos, ficando na faixa de 9.4%.
Outra área que tem visto pouca acescenção de mulheres é a de seguradoras, mas a companhia de seguros Meiji Life anunciou recentemente que irá promover Mitsuko Yamaguchi, que começou como atendente, para a chefia da filial de Fukui, província de Fukui. O caso de Mitsuko é bastante significativo, mas a promoção só aconteceu depois que outra seguradora foi acusada de discriminação sexual. A seguradora Nomura foi a julgamento e deve pagar a quantia de 56 milhões de ienes para 12 das funcionárias que sofreram a discriminação. A sentança foi dada no dia 21 de fevereiro. O plano de carreira adotado pela empresa excluia por completo a possibilidade de ascenção das funcionárias.
Outro exemplo de tradição que ainda se mantem no Japão é o Sumô que não permite que mulheres subam no dohyo, espaço onde a luta se desenvolve e que é considerado sagrado. A governadora de Osaka Fusae Ota já disse que perdeu as esperanças de se tornar a primeira mulher a pisar no ringue. Este já é o terceiro ano que o seu pedido para entregar o troféu é negado. Segundo ela, o novo presidente da Japan Sumo Association Kitanoumi disse por telefone que a associação continuaria a estudar o seu pedido.
Na comunidade brasileira, as mulheres parecem estar em situação melhor. Muitas escolas foram criadas e são administradas por mulhres. Um exemplo disso é a professora Rebeca Tavares Coutinho, dona da escola Professora Rebeca de Oizumi, província de Gunma. Também não é raro encontrar mulheres que abriram seus próprios negócios e que são bem sucedidas, como Marise Kodama, que possui um salão de belezas na mesma cidade. Embora sejam completamente independentes financeiramente, ambas admitem que o apoio de seus maridos foi essencial para o seu sucesso.
Mas para quem pensa que elas precisam de um marido para constituir família está muito enganado. De acordo com uma pesquisa realizada pelo governo, anunciada em março de 2001, o número de mães solteiras está aumentando no Japão. Das 954.000 famílias sem pai, 69.300 eram formadas por mães solteiras e seus filhos. "Eu estava cansada da minha vida de casada, mas não quis abrir mão da maternidade", afirmou Yuko Imade, uma japonesa. "Não há nada de extraordinário em criar um filho sozinha", disse Mayu Matsumoto, outra mãe solteira. As mulheres estão ficando mais ousadas e a sociedade tem sido mais receptiva. Segundo a advogada Mizuho Fukushima afirmou que isso se deve ao fato de que sexo antes do casamento e coabitação estão se tornando mais comum. "A discriminação social que as mulheres solteiras que têm filhos sofrem também está gradativamente desaparecendo", disse. Na comunidade brasileira também há vários exemplos de mulheres que são mães e pais ao mesmo tempo. Nesses casos, é muito importante poder contar com a compreensão e apoio dos filhos. Ana Sachika Guimarães conta um pouco da sua história. |