Takayoshi Fukuyo, o organizador da Festa de Boi-Bumbá Japan, que acontece há dois anos, também toca na banda Boi Amazonas.
O último evento foi realizado em dezembro passado em Tokyo, no Café Slow, que tem como símbolo um animal também amazônico, a preguiça. A Banda Aruana foi convidada para agitar os mais de 120 japoneses que se reuniram para matar a saudade da festa ou para curtir pela primeira vez a força do Boi.
Chiemi Takito, uma das dançarinas da Banda Amazonas, morou em Manaus durante um ano e voltou contagiada. Atualmente, ela está fazendo mestrado na área de Cultura Brasileira, estudando o boi-bumbá. "Essa é a primeira vez que me apresento com a Banda Amazonas, mas se depender de mim, estarei aqui no próximo ano também", diz. Seu sonho é voltar a estudar no Brasil, mas enquanto ele não se realiza, Chiemi aproveita o evento para lembrar dos dias que passou em Manaus.
O boi-bumbá tem origem no bumba-meu-boi, festividade que acontece no Maranhão, e se transformou em um evento azul e vermelho em Parintins, no estado do Amazonas. Os dois times, Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul), competem todos os anos durante três dias para definir o vencedor. O festival começa na última semana de junho com danças e outras manifestações folclóricas. Nos dias 28, 29 e 30 de junho, admiradores do mundo inteiro visitam a pequena cidade de Parintins para assistir à belíssima disputa entre os dois times no bumbódromo, construído especialmente para essa ocasião. A cidade inteira toma seu partido "vestindo" as cores vermelho ou azul: casas, roupas, acessórios, tudo é pintado na cor do time escolhido.
Garantido e Caprichoso passam meses ensaiando as novas coreografias, seguindo a toada que muda a cada ano. São essas músicas do Boi que guiam o universo musical de todo o estado do Amazonas durante o ano inteiro. Os dois times também preparam os enormes carros alegóricos, que desfilam pelo bumbódromo contando histórias e lendas indígenas.
Foi o lado folclórico e a valorização da cultura indígena que chamou a atenção de Tatsumine Katayama, produtor e diretor da Rera Kobo. Ele esteve em Parintins em 2000 realizando um documentário sobre o evento, e conta, admirado, que os artesãos que trabalham na construção desses carros são convidados para ajudar no carnaval do Rio de Janeiro. "Fiquei muito admirado ao saber que o Brasil é um país onde técnicas avançadas podem nascer no interior" conta o diretor. |