No ano passado, o evento contagiou as 500 mil pessoas que se reuniram na 18ª edição do carnaval japonês de Asakusa, no dia 25 de agosto. Embalados pelo som e alegria dos 34 blocos, formados em sua maioria por japoneses, o público se divertiu. A festa, que é considerada o segundo maior carnaval do mundo (após o brasileiro, é claro), levou para a avenida cerca de 3,5 mil pessoas.
O samba e o carnaval carioca também já foram usados para alegrar a alma dos japoneses em momentos difíceis. O Kobe Matsuri já existe há 30 anos e sempre apresentou um pouco do samba brasileiro, com grupos de japoneses desfilando pelas ruas. Depois do terremoto de 1995, a cidade de Kobe passou a convidar, todos os anos, um grupo de samba do Rio de Janeiro – sua cidade-irmã na América do Sul – para alegrar o Kobe Matsuri.
O projeto, que tinha como objetivo inicial animar a população local, abalada pela tragédia, aprofundou ainda mais os laços entre as duas cidades. Vanusa Pereira Santiago participa do projeto desde o início. Ela conta que no primeiro ano a comitiva vinda do Rio contava com 150 integrantes, mas a cada ano esse número tem diminuído.
Samba à moda brasileira
Nas províncias onde há maior concentração de brasileiros, eles mesmos se encarregam de organizar o carnaval. Em Aichi e Gifu, o carnaval foi realizado no dia 5 de agosto. Em Nagoya, os integrantes da Escola de Samba Unidos do Urbana mais uma vez desfilaram pelas redondezas do templo Osu Kannon.
Um dos organizadores do carnaval brasileiro no Osu Matsuri é Nilson Higa. “Lembro que há 17 anos começamos com apenas 4 participantes. Hoje somos 200 componentes, a maioria japoneses”, lembra.
Na cidade de Ogaki, Gifu, o Bon Dori Matsuri também contou com o intercâmbio entre as duas comunidades. Os brasileiros, através dos grupos Takara e Landy Shop, realizaram pela segunda vez o carnaval de rua, com a apresentação de dançarinas dos grupos Steppin’ Out, de Osaka, As Swingueiras, de Nagoya, e as passistas que participaram do Osu Matsuri.
O já tradicional desfile de carnaval brasileiro em Oizumi, província de Gunma, acabou sendo cancelado no ano passado. Ele foi substituído por uma apresentação de palco, à noite, durante o Matsuri da cidade.
De acordo com a comissão organizadora, a falta de verba foi um dos motivos mais fortes para que a festa brasileira ocorresse só durante a noite.
O desfile carnavalesco na rota 354 já acontecia há nove anos.
Em anos anteriores, a festa brasileira chegou a reunir mais de 300 mil pessoas nos dois dias de Matsuri. Pessoas de todo o Japão e vários turistas de outros países, ávidos por conhecer a "Braziltown", se espremiam nos cordões de isolamento para acompanhar o desfile.
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