A Associação de Intercâmbio Japão Brasil enviou o 22º grupo de intercambistas para o Brasil, em 2002. A festa de despedida foi realizada na sexta-feira (05/02/2002) e contou com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Educação, Embaixada do Brasil e Jica. O parlamentar da Câmara Baixa Osamu Fujimura, do Partido Democrata (Minshuto), faz parte da Associação e abriu a cerimônia desejando boa sorte aos intercambistas. Os 36 jovens fizeram uma rápida apresentação dos seus objetivos de pesquisa no Brasil. A maioria se voltou aos aspectos culturais, como a culinária e a capoeira, mas alguns também demonstraram interesse na comunidade nikkei e os problemas enfrentados pelos dekaseguis no Japão.
Aihara Takako, 20 anos, estudante de direito, vai passar um ano como estagiária do São Paulo Shimbun. Seu objetivo é conhecer a comunidade nikkei e procurar saber o quanto da cultura japonesa ainda está presente no seu dia-a-dia.
Katsushi Yamada, 27 anos, especializado em pedagogia, contou um pouco da sua história de amor com o Brasil. "O Brasil será como uma namorada", disse na abertura de seu discurso. Ele viveu em Minas Gerais quando criança e foi lá que se apaixonou pela primeira vez. A menina era surda-muda e o seu sorriso nunca mais deixou os olhos de Yamada. Atualmente ele trabalha com apoio aos deficientes físicos e mentais e durante seu estágio vai poder entrar em contato com as crianças da Associação Pró-excepcionais Kodomo-No-Sono, em São Paulo.
Noriteru Fukushima, representante do Ministério das Relações Exteriores, pediu aos jovens que prestem atenção a três fatores: economia, política e comunidade Nikkei. "A economia brasileira é a mais forte da América do Sul e poucas pessoas no resto do mundo se dão conta da importância econômica do País", explicou Fukushima. Na parte da política, Fukushima ressaltou o fato de ser ano de eleição presidencial. "Nesse momento, o Brasil inteiro está discutindo a questão política, os rumos que o País pode tomar caso a oposição chegue ao poder", explicou. No seu discurso, ele lamentou que os jovens japoneses não se interessem por política, e pediu que aproveitem a oportunidade para aprender com os brasileiros. "Participem das discussões, ouçam o que os outros falam a respeito", insistiu Fukushima. Ele terminou seu discurso falando um pouco sobre a comunidade nikkei e pediu atenção à situação atual dos jovens. "A representatividade política da comunidade nikkei caiu bastante. Isso não significa necessariamente que os nikkeis não estejam mais sendo bem sucedidos nas mais diversas áreas. Espero que nesse ano vocês possam entrar em contato com a comunidade e passem a entender melhor o que acontece no Brasil", encerrou Fukushima.
Os intercambistas são instalados nas mais diversas cidades de norte a sul do País para um ano de estudos brasileiros.
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