Estudar japonês está ganhando popularidade entre os estrangeiros que vivem no Japão, assim como em países próximos, como é o caso da Coréia, e mesmo em países distantes como o Brasil. Ghada Moustafa Moustafa Mousa, representante da Associação de Professores de Língua Japonesa no Oriente Médio e Egito, esteve recentemente participando do simpósio internacional que ocorreu em Tokyo. Segundo ele, muitos egipcios e turcos estão aprendendo japonês para se beneficiar da globalização. "Aproximadamente 100 mil turistas japoneses visitam o Egito a cada ano e o pagamento para guias que falam o idioma é bem mais elevado", explicou.
Segundo o Instituto de Língua da Fundação Japão, em 1998 existiam 2,1 milhões de pessoas em 115 países estudando a língua japonesa, representando um crescimento de 30% desde a última pesquisa realizada em 1993. A Coréia do Sul é o país que lidera a lista com 944.104 estudantes, seguido pela Austrália com 307.760. Os EUA ficaram em quinto lugar com 112.977 estudantes e o Brasil em décimo com 16.678. Considerando o tamanho da colônia japonesa no Brasil, esse número não é muito expressivo. Um a cada 48 coreanos estuda japonês.
Nos EUA, muitas escolas primárias oferecem programas de imersão parcial em línguas estrangeiras que incluem o espanhol, francês, alemão e japonês. Tena Knudsen é uma das alunas que participou do programa oferecido na escola pública de Fairfax County, Virginia, desde 1989. As aulas são planejadas para que os alunos aprendam não apenas a língua mas a cultura do país onde a língua é falada. Durante meio período escolar as aulas são ministradas em língua estrangeira e na outra metade na língua nativa. A partir do ginasial o estudo é direcionado para a língua em si, com o objetivo de desenvolver fluência.
Devon Knudsen was very exited when she first heard that her public school district, Fairfax County, Virginia, was introducing a partial language immersion program in 1989, starting in the first and second grades. Segundo os pais de Devon, eles a escolha pelo japonês foi baseada no fato de ser uma língua e uma cultura tão diferentes da sua. " Nós queriamos que a filha visse o mundo de uma maneira diferente", contam. Devon, que atualmente estuda na Universidade de Virginia continua estudando para aperfeiçoar o seu conhecimento da língua. "Estudar japonês sempre me fez sentir especial", conta.
Muitas pessoas estão se dando conta de que o conhecimento da língua japonesa não é útil apenas durante uma estada no país, mas também profissionalmente. Muitos brasileiros também estão procurando aprender japonês para poder se comunicar e para garantir seus empregos. Paulo Fujita, 57 anos, trabalha em uma fábrica de plásticos e está no Japão há 12 anos. Ele foi um dos organizadores do projeto Homi Danchi que oferece aulas de japonês com professores voluntários. "É importante estudar japonês, porque os trabalhadores que não falam a língua são os primeiros a ser despedidos", disse Fujita.
O Homi Danchi, na cidade de Toyota, província de Aichi, tem cerca de 10 mil moradores, dos quais 30% são estrangeiros, na maioria brasileiros. O complexo de moradias para trabalhadores japoneses foi inaugurado há 25 anos, mas com a chegada dos brasileiros depois da revisão da lei de imigração em 1990, passou a receber muitos estrangeiros. Os moradores japoneses tiveram uma série de dificuldades para aceitar os novos moradores, que faziam barulho depois da meia-noite, estacionavam os carros em locais impróprios e aumentavam o lixo deixado nas ruas. Em 1999 houve uma briaga entre jovens brasileiros e os moradores mais intolerantes. O fato foi seguido por um incêndio em uma das vans que pertencia a um morador japonês. A situação estava muito grave e a polícia passou a fazer rondas noturnas no complexo.
Seis meses mais tarde, Kazuko Kaedehara e Paulo Fujita organizaram o ceontro internacional de intercâmbio Homigaoka para oferecer aulas de japonês aos brasileiros. O objetivo dos organizadores é de tornar o ambiente mais amistoso entre moradores brasileiros e japoneses para que a comunidade esteja aberta para o futuro. Kaedehara, trabalha como recepcionista de um hospital e aos domingos dá aulas de japonês no hall do complexo Homi Danchi.
Assim como esse curso de japonês oferecido no Homi Danchi, há cerca de 1.500 facilidades que oferecem aulas de japonês para estrangeiros. Segundo a Agência de Assuntos Culturais , até novembro de 2000 haviam 95 mil estrangeiros aprendendo japonês nessas instituições e 54% dos 20 mil professores são voluntários.
|