“Estou estressado!” ou “que estresse!”, quem nunca ouviu ou disse isso? O estresse tem se tornado cada vez mais comum em nossas vidas, mas afinal o que é o estresse? Segundo a doutora Ana Maria Rossi, presidente do ISMA, International Stress Management Association, no Brasil, o estresse é na verdade uma situação qualquer que requer a nossa adaptação e em si não é nem negativo nem positivo. É claro que situações de perda, morte ou separação são estressantes, já que há toda uma necessidade de se adaptar à nova situação, mas muitas mudanças boas também trazem estresse. Por exemplo, uma promoção desejada no emprego, a compra de uma casa, casamento ou nascimento de filhos, tudo isso exige adaptação.
Ou seja, o estresse não é novo e tem acompanhado não só a humanidade como também o mundo animal desde o princípio dos tempos. “Animais estressados podem perder o pelo. Pássaros costumam se bicar e peixes chegam a mudar de cor. O estresse não é relacionado apenas aos homens”, garante Ana Maria.
Para nós, alguns sintomas de que o estresse está causando problemas de saúde são a queda de cabelo, problemas de pele, como a acne. Podem também ser de origem comportamental, como a agressividade, uso excessivo de álcool ou cafeína, aumento da libido. As doenças mais graves que podem ser causadas pelo estresse crônico incluem a hipertensão, taquicardia, dores musculares, cefaléia, enxaqueca e problemas gastro-intestinais. “A hipertensão e a taquicardia podem levar a derrames cerebrais e ataques cardíacos mortais”, previne Ana Maria.
O conceito de estresse também não é novo, mas foi apenas no início do século XX que estudiosos das ciências biológicas e sociais iniciaram a investigação de seus efeitos na saúde física e mental das pessoas. A imprensa divulgou bastante esses estudos e atualmente o uso da palavra se tornou corrente. “Nem sempre ele é aplicado de forma correta: estresse virou sinônimo de raiva, frustração. O termo está tão banalizado e se ampliou em tantas dimensões que agora não significa nada”, comentou Ana Maria.
As maiores causas de estresse são a perda de um filho ou familiar, divórcio, problemas financeiros ou até mesmo um casamento. Mas essas não são as únicas situações que exigem a nossa adaptação. Pequenos transtornos cotidianos como filas, congestionamento e barulho também podem acumular estresse, especialmente se acontecerem por períodos prolongados ou contínuos.
Basicamente, podemos dividir os estímulos que causam o estresse pela sua origem. Eles podem ser externos, quando representam ameaças concretas do nosso cotidiano; ou internos, oriundos de conflitos pessoais, que refletem a tonalidade afetiva de cada um.
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