Existem 3 Centros de Imigração onde os estrangeiros em situação ilegal ficam detidos até o seu repatriamento: em Ibaraki, em Osaka e outro em Nagasaki. O Centro Administrativo da Imigração do Leste do Japão do Ministério da Justiça em Ushiku, província de Ibaraki é um deles. Apenas aqueles que não tem condições financeiras de retornar imediatamente ao seu país ficam detidos nesses centros. O número de brasileiros detidos não é muito grande, mas um dos maiores problemas para eles é conseguir o dinheiro para a passagem. Segundo oficiais do Centro de Imigração, atualmente são menos de 10 brasileiros que se encontram detidos, mas alguns deles estão há mais de um ano na espera pela passagem de volta. O número representa apenas 5% do total de detidos e não é preocupante. Segundo Tsuneyasu Yamada, gerente-assistente do Departamento de Assuntos Gerais do Centro de Imigração, os detidos mais numerosos são os chineses.
A média de estadia no Centro de Imigração é de um mês, após o qual a maioria obtem auxílio de familiares ou por parte dos governos de seus países para ser repatriados. "Os que desejam retornar ao seu país conseguem juntar o dinheiro em menos tempo, mas alguns querem permanecer no país e isso torna a situação mais difícil", contou o pastor japonês Hiroshi Takeda, que tem feito visitas aos internos. A solução é entrar em contato com familiares e conhecidos no Japão e no Brasil. "Procuramos incentivar os contatos externos pois essa é a única maneira que os internos têm de sair de lá", explicou Takeda, que tem levado além de conforto cartões telefônicos, envelopes e selos que permitem a comunicação.
"Alguns internos também entram em contato com as embaixadas, mas se a verba vai ou não ser liberada depende muito das políticas de cada país", explicou Yamada. As visitas são permitidas apenas durante a semana e como o número de detidos brasileiros não é tão significativo, as visitas também não são tão comuns. Eder Endo Lopes, um dos internos brasileiros, afirma que as únicas visitas que recebe são da igreja de Ushiku e dos pais. "Aparente e físicamente o internos não parecem estar sofrendo muito, mas é inimaginável a falta de liberdade na qual vivem", disse Takeda. Preocupados com as questões que envolvem os direitos humanos, o Centro de Imigração procura respeitar as diferenças culturais, religiosas e até alimentares dos detidos, garantiram os oficiais. "Realizamos também exercícios externos para garantir a sua saúde", disseram.
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