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Eventos em Tokyo

Brasilismo apresentará no próximo dia 5 de dezembro, sexta-feira, o evento especial "Noites do Nordeste" que será a festa de lançamento do premiado filme "Eu Tu Eles". As atrações serão o show ao vivo com o trio formado por Silvio Anastácio (MinaSwing), Francis Silva e Katsuo Miyazaki, sons do Nordeste com o DJ Edison Mineki e os VJs Eddie e Idde, que apresentarão um show de imagens e uma edição especial do filme.

Mais informações: brasilismo.com
Edison Mineki Tanji, 40, é o presidente da M Pro Ink, produtora e consultora na área de arte e cultura relacionando Japão e Brasil. Edison esteve no Japão pela primeira vez em 1985 e ficou pouco menos de um ano. Esse curto período de tempo foi suficiente para que ele se desse conta de que o seu futuro estava aqui. "Eu queria trazer e apresentar alguma coisa do Brasil para cá", conta. Depois de 5 anos, Edison voltou e reside no Japão desde 1990.

Por que você decidiu vir ao Japão pela primeira vez?
Eu tinha 23 anos não tinha muitas perspectivas no Brasil, então vim para conhecer o país. Meu pai é japonês de Fukushima e a minha mãe é italiana. Ela foi para o Brasil quando criança e sempre se deu muito bem com os japoneses e até fala japonês. Há 17 anos ela chegou a fazer uma propaganda da Yakult aqui.

Como foi a sua adaptação?
Quando eu cheguei aqui pela primeira vez, lembro que eu passava por choques culturais diários. Lembro que logo que eu cheguei, meu amigo que tinha ido me buscar, parou em uma loja de conveniências. Ele saiu e deixou o carro ligado. Achei aquilo muito estranho. Eu queria entrar para ver. Desliguei o carro e tranquei as portas. Na volta, ele se assustou e me disse que não era necessário fazer nada disso. Quando eu cheguei em Fukushima, no interior onde morava a minha tia, desci do trem, me apresentei e a beijei. Essa foi uma grande mancada. Com o tempo a gente vai aprendendo.

Você sente falta do Brasil?
Agora tudo está mais fácil, as pessoas podem comer feijoada todos os dias, não precisam nem aprender o japonês. Na verdade, eu acho um desperdício. Acho que a gente não deve fechar as portas, é preciso se relacionar com as pessoas. Acho importante estar aberto e tentar alcançar os japoneses. É importante criar as comunidades brasileiras, esses recantos que são pedacinhos de Brasil. Mas é importante que as portas estejam abertas para que os japoneses possam conhecer esse espaço, a nossa cultura. Eu acho que é importante também que os estrangeiros residentes passem a ter direitos como cidadãos. O Japão está se tornando um país internacional. Muitos estrangeiros moram aqui e gostam de morar aqui. Nós pagamos os nossos impostos e acho que a comunidade brasileira também deve começar a buscar seus direitos. Acho que isso ajudaria na conscientização quanto aos seus deveres também.

Quando você decidiu que queria desenvolver esse trabalho de apresentar a cultura brasileira no Japão?
Eu fui comer um hamburguer em Fukushima e a música que estava tocando na lanchonete era Samurai do Djavan. Eu não acreditei. Uma semana depois, me mudei para Sendai. Eu estava trabalhando e para chegar lá eu precisava atravessar dois morros. Vi uma máquina que vendia refrescos e encontrei uma lata de guaraná. Passei a comprar três latas por dia. O dono da máquina ficou intrigado e um dia veio conversar comigo. Eu notei que sempre ouvia a mesma música do Djavan tocando em outra casa que ficava no meu caminho. Um dia decidi ir naquela casa. Eu queria saber se ele gostava do Brasil e tal. Eu disse que o Djavan era brasileiro e ele simplesmente não acreditou. Ele achava que Djavan era americano. Foi essa música que mudou a minha vida. Eu vi que havia espaço para música e produtos brasileiros, mas que isso estava sendo mal apresentado.

O que você tem feito para apresentar a cultura brasileira aqui no Japão?
Eu tenho vários projetos paralelos, que envolvem desde cinema a artistas musicais. Um dos eventos que eu tenho realizado mensalmente é o Brasilismo. Esse evento já está sendo realizado desde fevereiro de 2001. As festas reunem brasileiros e japoneses que gostam de música brasileira. Cada mês o evento conta com a apresentação de diferentes artistas. O subtítulo do evento chama As Várias Faces do Brasil, o objetivo é de apresentar outros estilos, não só a Bossa Nova e o Samba que são respeitados e admirados. Quero apresentar outros segmentos atuais e nacionais que tem qualidade para alcançar o mercado internacional.




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